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JESUS DE NAZARÉ
JESUS DE NAZARÉ

Jesus

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado de Jesus de Nazaré)
Jesus

Pintura Jesús con la cruz a cuestas por El Greco.
Ainda que não se conheçam retratos de Jesus feitos na época em que viveu e tampouco indicação de sua aparência, é freqüente a sua representação na arte do Cristianismo.
Nome completo Jesus de Nazaré
Nascimento 8-4a.C.[1]
BelémJudéia [nota 1]
Morte 29-36d.C.[1]
JerusalémJudéia[nota 2]
Etnia Judeu
Ocupação Carpinteiroprofeta itinerante erabino
Ouça o artigo (info)
Este áudio foi criado a partir da revisão datada de 16 de Dezembro de 2009 e pode não refletir mudanças posteriores ao artigo (ajuda com áudio).

Jesus[nota 3][nota 4] (8-4a.C. – 29-36d.C.[1][2][3]) é a figura central do cristianismo.[4]Para a maioria dos cristãos ele é Cristo, a encarnação de Deus e o "Filho de Deus", que teria sido enviado à Terra para salvar a humanidade. Acreditam que foi crucificado, morto e sepultado, desceu à mansão dos mortos e ressuscitou no terceiro dia (naPáscoa).[4] Para os adeptos do islamismo, Jesus é conhecido no idioma árabe comoIsa (عيسى, transl. Īsā), Ibn Maryam ("Jesus, filho de Maria"). Os muçulmanos tratam-no como um grande profeta e aguardam seu retorno antes do Juízo Final.[5][6] Alguns segmentos do judaísmo o consideram um profeta,[7] outros um apóstata.[8] A Bíblia é a principal fonte de informação sobre ele.

Embora tenha pregado apenas em regiões próximas de onde nasceu, a província romana da Judéia, sua influência difundiu-se enormemente ao longo dos séculos após a sua morte e ressureição. Ele pode ser considerado como uma das figuras centrais da cultura ocidental.

Índice

 [esconder]

Fontes textuais

Didaquê (em grego clássico: Διδαχń) é um texto do século I, baseado nas tradições das primeiras comunidades cristãs e escrito por vários autores. Apesar de pequeno, é de grande valor histórico e teológico. Foi descoberto em 1873num mosteiro deConstantinopla.

As fontes textuais sobre Jesus podem ser agrupadas em quatro categorias:

  • As cartas de Paulo, (posteriormente incluídas no Novo Testamento): Escritas aproximadamente entre 51 e 63 d.C.,[9] por Paulo de Tarso, representam os documentos cristãos mais antigos, mas não contém informações biográficas sobre Jesus que poderiam ser úteis para o estudo da figura histórica. No entanto, seu testemunho nos ajuda a entender como Jesus era reconhecido nas mais antigas comunidades cristãs;
  • Os quatro evangelhos canônicos (MateusMarcosLucas e João): De acordo com alguns historiadores, estes textos chegaram a sua forma definitiva em meados do século I, tendo sido escritos em várias versões, que foi precedida de uma década de tradição oral[nota 6] enquanto outros só chegariam em sua versão definitiva apenas na metade do segundo século.[10] Eles recontam em pormenores a vida pública de Jesus, ou seja, o período de no pregações nos últimos anos da sua vida. No entanto, há limitadas informações sobre sua vida privada. Representam os principais documentos em que convergem os trabalhoshermenêuticos dos historiadores. Na atualidade, diversas escolas com diferentes pontos de vista sobre a confiabilidade dos evangelhos e ahistoricidade de Jesus têm se desenvolvido;
  • Os livros apócrifos: Geralmente, não são aceitos pelos estudiosos como testemunhas confiáveis da história [11][nota 7] (dada a sua composição tardia, os mais antigos datam de meados do século II, são mais úteis na reconstrução do ambiente religioso dos séculos seguintes [12] [nota 8]), eles fazem uso de fábulaslegendárias em grande partes de suas narrativas.[13] Seus tipos e estilos são variados:
  • Fontes históricas não-cristãs sobre Jesus: Em algumas obras de autores antigos não-cristãos estão algumas referências esparsas sobre Jesus ou seus seguidores. A mais antiga destas obras é o Testimonium Flavianum. Alguns historiadores [14] consideram tais referências como interpolações posteriores de copistas cristãos.

Etimologia

nome Jesus vem do hebraico ישוע (Yeshua[nota 10]), que significa "Iavé" (YHVH) salva.[15] Foi também descrito por seus seguidores comoMessias (do hebraico משיח (mashíach, que significa ungido e, por extensão, escolhido[16]), cuja tradução para o grego, Χριστός (Christós), é a origem da forma portuguesa Cristo.[17]

Nomes e títulos de Jesus

O símbolo do peixe, recorrente no início da iconografia cristã. O termo "peixe" em grego ἰχθύς (ichthýs) é o acrônimo de Ἰησοῦς Χριστός Θεοῦ Ὑιός Σωτήρ (Iēsoùs Christòs Theoù Yiòs Sōtèr), Jesus Cristo Filho de Deus Salvador.[18]

Nos livros de Novo Testamento, Jesus é mostrado não só com o seu próprio nome mas também com vários epítetos e títulos (A lista está em ordem decrescente de frequência):

  • "Cristo". Literalmente significa "ungido",[16] e foi posteriormente associado ao Messianismo. Na época de Jesus, o Cristo era esperado pelo povo judeu, especialmente para promover um resgate social e político. [nota 11][nota 12]
  • "Rei". O atributo da realeza foi relacionada com o Messias, que era considerado um descendente e herdeiro do Rei Davi. Jesus, apesar de se identificar com o Messias, rejeitou as prerrogativas políticas do título.[20]

Alguns dos seus outros títulos são: Rabi (ou Mestre)[21] Profeta[22] Sacerdote,[23] Nazareno,[24] Deus,[25] Verbo,[26] Filho de José[27] eEmanuel.[28]

Além disso, especialmente no Evangelho segundo João, são aplicadas a Jesus expressões alegóricas como: Cordeiro, Cordeiro de Deus,Luz do Mundopastor, bom pastor, pão da vida, pão vivente, pão de Deus, porta, Caminho e Verdade.[29]

Biografia de Jesus pelo Novo Testamento

Grande parte do que é conhecido sobre a vida e os ensinamentos de Jesus é contado pelos Evangelhos canônicosEvangelhos de Mateus,MarcosLucas e João, pertencentes ao Novo Testamento da Bíblia. Os Evangelhos Apócrifos apresentam também alguns relatos relacionados a Jesus.

Esses Evangelhos narram os fatos mais importantes da vida de Jesus. Os Atos dos Apóstolos contam um pouco do que sucedeu nos 30 anos seguintes. As Epístolas (ou cartas) de Paulo também citam fatos sobre Jesus. Notícias não-cristãs de Jesus e do tempo em que ele viveu encontram-se nos escritos de Josefo[nota 13] que nasceu no ano 37 d.C.; nos de Plínio, o Moço, que escreveu por volta do ano 112; nos de Tácito, que escreveu por volta de 117; e nos de Suetônio, que escreveu por volta do ano 120.

Genealogia

A anunciação do Anjo Gabriel a Maria, por Leonardo da Vinci1475, Galleria degli Uffizi, Florença.

Dos quatro evangelhos, apenas Mateus e Lucas dão relato da genealogia de Jesus.[32][33] Estes relatos são substancialmente diferentes.[34] Várias explicações têm sido sugeridas e tornou-se tradicional desde, pelo menos, 1490 pressupor que a genealogia dada por Lucas foi traçada através de Maria e que a Mateus o faz através de José.[35] Acadêmicos modernos geralmente vêem as genealogias como construções teológicas.[36] Mais especificamente, sugere-se que as genealogias foram criadas com o objetivo de justificar o nascimento de uma criança com linhagem real.

Mateus menciona sinteticamente um total de 46 antepassados que teriam vivido até uns dois mil anos antes de Jesus, começando por Abraão. Em seu relato, o apóstolo cita não somente heróis da fé, mas também menciona os nomes das mulheres estrangeiras que fizeram parte da genealogia tanto de Jesus quanto de Davi, que no caso foram RuteRaabe e Tamar. Também não omite os nomes dos perversos Manassés e Abias, ou de pessoas que não alcançaram destaque nas Escrituras judaicas. Divide então a genealogia de Jesus em três grupos de catorze gerações: de Abraão até Davi, de Davi até o cativeiro babilônico, ocorrido em 586 a.C., e do exílio judaico até Jesus.

Lucas, por sua vez, aborda a genealogia de Jesus, retrocedendo continuamente até Adão, talvez com o objetivo de mostrar o lado humano de Jesus. E, superando Mateus, Lucas fornece um número maior de antepassados de Jesus.[37]

Nascimento

Estudiosos geralmente estimam que Jesus nasceu entre 7-2 AC/ACE e morreu entre 26-36 DC/DCE.[1][38]

Não há evidência histórica contemporânea demonstrando a data de Nascimento de Jesus. Ocalendário gregoriano é baseado em uma tentativa medieval de contar os anos desde o nascimento de Jesus, que foi estimado por Dionysius Exiguus entre 2 AC/ACE and 1 DC/DEC.[39]O evangelho de Mateus afirma que o nascimento aconteceu durante o reinado de Herodes, que morreu em 4 BCE,[40] sugerindo que Jesus pudesse ter até dois anos de idade quando ele teria ordenado o Massacre dos inocentes. O autor do evangelho de Lucas similarmente coloca o nascimento de Jesus como tendo ocorrido durante o reinado de Herodes, mas afirma que o nascimento aconteceu durante o Censo de Quirino das província romanas da Síria e Judéia, o que geralmente se crê ter acontecido em 6 DCE, ou seja, uma década depois da morte de Herodes.[41] A maioria dos acadêmicos dão preferênca à faixa entre 6 e 4 ACE.[42]

De acordo com o relato do evangelho de Lucas, na época do rei Herodes o sacerdote Zacarias, esposo de Isabel — ambos já de idade avançada —, recebeu a promessa do nascimento de João Baptista através do anjo Gabriel.[43]

No sexto mês da gestação de Isabel, o mesmo anjo Gabriel aparece a Maria na cidade de Nazaré, a qual era virgem e noiva de José, e anuncia que ela viria a conceber do Espírito Santo e que daria ao seu filho o nome de Jesus. Mateus traz a informação de que José, ao saber que sua noiva estava grávida, não teria compreendido inicialmente que Maria recebera a missão de conceber o Messias e se afastou dela. Mas em sonho, um anjo lhe revelou a vontade de Deus, e ele aceitando-a, recebeu Maria como esposa.[43]

Segundo Mateus, o imperador Otávio Augusto teria promovido um recenseamento de todos os habitantes do Império, tendo estes que se alistar em suas respectivas cidades. José, por ser da cidade de Belém, teria levado Maria até esta cidade. Chegando ao local de destino, por não terem encontrado hospedagem, Jesus nasce em uma manjedoura. Segundo Lucas, os pastores da região, avisados por um anjo, vieram até o local do nascimento de Jesus.[43]

Completados os oito dias que determinava a tradição judaica, Jesus foi apresentado no templo por sua família para ser circuncidado, quando foi abençoado por Simeão e Ana.[43]

Segundo o relato do evangelista Mateus, Jesus teria recebido a visita dos magos do oriente, os quais, segundo a tradição natalina, seriam três reis da Pérsia. Os magos teriam chegado aJerusalém seguindo a trajetória de uma estrela que anunciaria a vinda do Messias ao mundo. E, ao encontrarem Jesus numa casa com Maria, adoraram-lhe e ofertaram ouroincenso e mirrarepresentando, respectivamente, a sua realeza, a sua divindade e a sua imortalidade. Por causa desta visita Herodes teria se decidido a matar aquele que lhe iria tomar o trono. Tal notícia teria chegado a José, que então foge com Maria e o menino para o Egito. Jesus e sua família teriam permanecido no Egito até a morte de Herodes, quando então José, após ser avisado por um anjo em seus sonhos, retorna para a cidade de Nazaré[44]

Infância e juventude

John Everett MillaisGesù nella casa dei suoi genitori1850.

Pouco sabem os historiadores sobre a infância de Jesus. Conforme o Evangelho de Mateus, Jesus teria passado o começo de sua infância no Egito até a morte do rei Herodes, que queria matá-lo.

Em virtude da lacuna deixada pelos Evangelhos Canônicos, o pouco que se sabe da infância de Jesus provém de relatos apócrifos, chamados de "Evangelhos da Infância", e que contam sobre sua vida dos cinco aos doze anos, como o feito por Tomé, filósofo israelita do século I, conhecido como "A Infância do Senhor Jesus", também denominado como o Evangelho do Pseudo-Tomé, um antigo manuscrito escrito em Siríaco, ou a História de José, o carpinteiro. Porém é conveniente salientar que tais fontes têm sua autenticidade contestada, e em alguns casos é notória a influência do pensamento de grupos religiosos diversos (do século II ao IV) das raízes tradicionais cristãs.

Em umas das poucas referências canônicas à juventude de Jesus, Lucas diz que, aos 12 anos, ele foi com os pais de Nazaré a Jerusalém, para a festa de Pessach, a Páscoa judaica, e lá surpreendeu os doutores do Templo pela facilidade com que aprendia os ensinos, e por suas perguntas intrigantes.[45]

Batismo e tentação

Tentação de Cristo por Ary Scheffer, pintura do século XIX.

Todos os três Evangelhos sinóticos descrevem o batismo de Jesus por João Batista,[46] e este evento é descrito pelos eruditos bíblicos como o início do ministério público de Jesus. De acordo com as fontes canônicas, Jesus foi para o rio Jordão onde João Batista estava pregando e batizando as pessoas.

Mateus descreve que João estava hesitante em atender o pedido de Jesus para ser batizado, alegando que ele é quem deveria ser batizado por Jesus. Mas Jesus insistiu, "Consente agora; porque assim nos convém cumprir toda a justiça." (Mateus 3:15). Depois que Jesus foi batizado e saiu da água, Marcos afirma que Jesus "viu os céus se abrirem, e o Espírito, qual pomba, a descer sobre ele. e ouviu-se dos céus esta voz: Tu és meu Filho amado; em ti me comprazo." (Marcos 1:10–11). O Evangelho de João não descreve o batismo e nem se refere a João como "o Batista" mas ele atesta que Jesus é aquele sobre quem João tinha pregado — o Filho de Deus.

Após o seu batismo, Jesus foi levado para o deserto por Deus, onde jejuou durante quarenta dias e quarenta noites.[47] Durante esse tempo, o diabo lhe apareceu e o tentou por três vezes. Em cada uma das vezes, Jesus rejeitou as tentações respondendo com uma citação das escrituras.[48] Em seguida o diabo se foi e os anjos vieram para cuidar de Jesus.[49]

Ministério

Os evangelhos narram que Jesus veio ao mundo para anunciar a salvação e as Bem-aventuranças àhumanidade.[50][51] Durante o seu ministério, é dito que Jesus fez vários milagres, como andar sobre a água, transformar água em vinho, várias curas, exorcismos e ressuscitação de mortos (como Lázaro).[52]

O evangelho de João descreve três Pessachs durante o ministério de Jesus, e isso implica dizer que Jesus pregou por pelo menos dois anos e um mês,[53] apesar de algumas interpretações dos evangelhos sinóticos sugerirem um período de apenas um ano.[54][55] Jesus desenvolveu seu ministério principalmente na Galiléia, tendo feito de Cafarnaum uma de suas bases evangelísticas e se deslocando várias vezes aTiberíades pelo Mar da Galiléia. Esteve também em cidades como Samaria, na Judéia e sobretudo emJerusalém logo antes de sua crucificação. Esteve em outros lugares de Israel, chegando a passar brevemente por Tiro e por Sidom, cidades da Fenícia.[56][57]

Mandamentos

Os principais temas da pregação de Jesus foram, de acordo com os Evangelhos, o anúncio do Reino de Deus, o perdão divino dos pecados e o amor de Deus.[58] Expostos, entre outros, nas inúmeras parábolase acções de Jesus, no Pai-Nosso,[59] nas Bem-aventuranças[60] e na chamada regra de ouro.[61] Jesus resumiu também "toda a Lei e osProfetas" do Antigo Testamento em apenas dois mandamentos fundamentais,[62] a saber: "Amar a Deus de todo coração, de toda alma e de todo espírito e ao próximo como a ti mesmo"(Mateus 22:37-39).[62]

Além destes ensinamentos, alguns dos quais eram recorrentes nos pregadores da época, Jesus ensinou um novo, considerado por alguns radical, mandamento: "amai-vos uns aos outros, como Eu vos amo" (João 15:10).[63] Este mandamento é considerado o fundamento de todos os outros mandamentos e ensinamentos dos cristãos e, para alguns, também de toda a Revelação divina.[64]

A transfiguração

Transfiguração de Jesus, de Ernesto Thomazini, na Basílica doBom Jesus de Iguape e Nossa Senhora das Neves em Iguape(SP).

De acordo com os evangelhos sinóticos, Jesus levou três dos seus apóstolos — PedroJoão e Tiago — a um monte para orar. Enquanto lá estavam, Jesus foi transfigurado diante deles. Segundo o relato do evangelista Lucas, seu rosto brilhava como o sol e as suas roupas resplandeciam, então Elias e Moisésapareceram e conversavam com ele. Uma nuvem brilhante os cercou, e uma voz vinda do céu disse: "Este é o meu Filho amado, de quem me comprazo, a ele ouvi". Os evangelhos também afirmam que até o final de seu ministério, Jesus começou a alertar seus discípulos de sua morte e ressurreição futura.[65][66]

A paixão

A entrada triunfal em Jerusalém

Segundo os quatro evangelhos, Jesus foi com seus seguidores a Jerusalém para celebrar ali a festa da Páscoa. Ele entrou na cidade no lombo de um jumento.[nota 18] Foi recebido por uma multidão, que o aclamou como "filho de Davi".[67] Nos evangelhos de Lucas e João, também é chamado de rei.

Segundo Lucas, alguns dos fariseus, ouvindo o clamor da multidão dos discípulos, chegaram a pedir a Jesus que os repreendesse. Jesus então responde aos fariseus dizendo: "Se eles se calarem, as próprias pedras clamarão" (Lucas 19:40).

Ceia anterior à crucificação

A Última Ceia, de Leonardo da Vinci, 1495-1497

Segundo os sinóticos, Jesus celebrou a páscoa com seus apóstolos — evento chamado pelatradição cristã de "A Última Ceia". Durante a comemoração, Jesus predisse que seria traído por um dos seus apóstolos, Judas Iscariotes. Ao servir o pão, ele disse: "Tomai e comei, este é o meu corpo", logo após, pegou um cálice e disse: "bebei todos, este é o meu sangue, o sangue da nova aliança, que será derramado para a remissão dos pecados".[68]

Evangelho segundo João oferece maiores detalhes sobre os momentos da última ceia entre os capítulos 13 e 17, relatando o momento em que Jesus lavou os pés dos discípulos com água, os diálogos com os apóstolos, os últimos ensinamentos que transmitiu antes de morrer e a oração sacerdotal.

A prisão

Mais tarde, na mesma noite, segundo os sinóticos, Jesus teria ido para o jardim de Getsêmani, na encosta do monte das Oliveiras, em frente ao Templo, para orar. Três discípulos — Pedro, Tiago e João — faziam-lhe companhia.

Judas havia realmente traído Jesus, e o entregou aos sacerdotes e aos anciãos de Jerusalém, que pretendiam prendê-lo, por trinta moedas de prata.[69] Acompanhado por um grupo de homens armados, Judas chegou ao jardim enquanto Jesus orava, para prendê-lo. Ao beijá-lo na face, revelou a identidade de Jesus e este foi preso. Por parte de seus seguidores houve um princípio de resistência, mas depois todos se dipersaram e fugiram.[70][nota 19]

O julgamento

Ecce Homo ("Eis o homem"!),Pôncio Pilatos ao apresentarJesus Cristo aos judeus. Obra do pintor italiano Antonio Ciseri(1821-1891)

Os soldados levaram Jesus para a casa do Sumo Sacerdote Caifás.[71] A lei judaica não permitia que oSinédrio, a suprema corte judaica, se reunisse durante o Pessach[72] e a lei romana proibia que se condenasse um homem à morte.[72] Jesus foi acusado primeiramente de ameaçar destruir o templo, mas as testemunhas entraram em desacordo.[73] Depois, perguntaram a Jesus se ele era o Messias, o Filho de Deus e rei dos judeus. Jesus respondeu que era,[74] e foi então acusado de blasfemar ao dizer-se Deus.

Após isso, os líderes judeus levaram Jesus à presença de Pôncio Pilatos,[75] que então governava a província romana da Judéia.[76] Acusavam-no de estar traindo Roma ao dizer-se rei dos judeus. Como Jesus era galileu, Pilatos enviou-o a Herodes Antipas[77] — filho de Herodes, o Grande[78] — que governava a Galiléia.[79] Lucas conta que Herodes zombou de Jesus,[80] vestindo-o com um manto real, e devolveu-o a Pilatos [81].[77]

Era de praxe os governantes romanos libertarem um prisioneiro judeu por ocasião do Pessach. Pilatos expôs Jesus e um assassino condenado, de nome Barrabás,[82] na escadaria do palácio, e pediu à multidão que escolhesse qual dos dois deveria ser posto em liberdade.[83] A multidão voltou-se contra Jesus e escolheu Barrabás.[84] Pilatos entregou então Jesus para morrer na cruz.[85] A crucificação era uma forma comum de execução romana, aplicada, em geral, aos criminosos de classes inferiores.[86]

A crucificação

Ver artigos principais: Crucificação de JesusCruz cristã.
Diego VelázquezCristo crucificado1631.

Jesus foi vestido com um manto vermelho, puseram-lhe na cabeça uma coroa de espinhos e na mão uma vara de bambu. Os soldados romanos zombavam dele dizendo: "Salve o Rei dos Judeus".[87] A seguir, espancaram-no e cuspiram nele. Forçaram-no a carregar a própria cruz, até um lugar chamado Gólgota.[nota 20] Ao vê-lo perder as forças, ordenaram a um homem, de nome Simão Cireneu, que tomasse da cruz e a carregasse durante parte do caminho.

Conduzido para fora da cidade, Jesus foi pregado na cruz pelos soldados romanos. João conta que escreveram no alto da cruz a frase latina "Iesus Nazarenus Rex Iudeorum".[nota 21] Puseram a cruz de Jesus entre as de dois ladrões.[88][nota 22] Antes de morrer, Jesus exclamou: "Elí, Elí, lamá sabactani" que traduzido seria "Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?" (Mateus 27:46). Depois de três horas, Jesus morreu. José de Arimatéia e Nicodemos puseram o seu corpo num túmulo recém-aberto, e o fecharam com uma pedra.

A ressurreição

Ver artigos principais: Mistério Pascal e Ressurreição de Jesus.
A ressurreição de Cristo, porRaffaello Sanzio1500MASP

Os Evangelhos contam que, no domingo de manhã, Maria Madalena foi bem cedo ao túmulo de Jesus, onde encontrou a pedra fora do lugar e o sepulcro vazio. Depois disso, Jesus apareceu a ela e a Simão Pedro. Dois discípulos viram-no na estrada de Emaús.

Entretanto, os evangelhos discordam em relação a quantidade de pessoas que foram com Maria Madalena naquela manhã. João 20:1 faz referência apenas a uma pessoa, Mateus 28:1 cita Maria Madalena e a outra Maria. Marcos 16:1 faz referências a Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago e Salomé, já Lucas 24:1, 2, 3 e 10 não deixa tão evidente a quantidade de pessoas.

Os Evangelhos dizem que os onze apóstolos fiéis encontraram-se com ele, primeiro em Jerusalém e depois na Galiléia onde chegou a ser visto por algumas centenas de pessoas. Porém, é o relato de Mateus que mais oferece detalhes sobre os acontecimentos que envolveram o momento da ressurreição.

Segundo o Evangelho de Mateus, a ressurreição de Jesus teria sido precedida de um grande terremoto em razão da remoção da pedra que estava na entrada do sepulcro:

E eis que houve um grande terremoto; porque um anjo do Senhor desceu do céu, chegou-se, removeu a pedra e assentou-se sobre ela. O seu aspecto era como um relâmpago, e a sua veste, alva como a neve. E os guardas tremeram espavoridos e ficaram como se estivessem mortos.
(Mateus, 28:2-4

No mesmo Evangelho é informado também que os líderes judeus da época teriam subornado os guardas para que contassem uma versão diferente, ou seja, que os discípulos teriam levado o corpo de Jesus enquanto os vigias dormiam.[89]

Além dos quatro Evangelhos e do livro de Atos dos Apóstolos, há outras fontes que falam da ressurreição de Jesus. Uma delas, também encontrada no Novo Testamento, seria um breve relato de Paulo nos versos de 3 a 8 do capítulo 15 em sua primeira epístola aos coríntios, escrita por volta do ano 55 da era cristã, onde o apóstolo menciona duas outras aparições de Jesus após a sua ressurreição, não registadas nos Evangelhos. Numa delas, Jesus teria sido visto por mais de quinhentas pessoas. Na outra ocasião, teria aparecido ao seu parenteTiago,[90][91] o qual, após esta experiência, teria se tornado um seguidor e líder da Igreja de Jerusalém, escrevendo ainda um dos livros do Novo Testamento.[91]

A ascensão

GarofaloAscensão de Cristo, 1510-20.

ascensão de Jesus é relatada nos Evangelhos de Marcos e de Lucas, além de constar no começo do livro de Atos dos Apóstolos, o qual também foi escrito por Lucas.

Em Atos, Lucas narra que Jesus, após ressuscitar, apareceu durante quarenta dias aos apóstolos, passando-lhes ensinamentos e confirmando que receberiam o Espírito Santo. Prossegue o evangelista informando que, após esses dias, Jesus foi elevado às alturas até ser encoberto por uma nuvem.

Marcos, em seu resumido Evangelho, apenas comenta que Jesus, depois de ter falado aos seus discípulos, foi recebido nos céus e se assentou à direita de Deus. É Lucas quem dá mais detalhes sobre esse momento, informando ter sido em Betânia que Jesus se despediu de seus discípulos, abençoando-os enquanto era elevado ao céu (Lucas 24:50-52).

Por sua vez, em Atos, o seu segundo livro, Lucas relata que, durante a ascensão de Jesus, os discípulos permaneceram olhando para o céu até que tiveram a visão de dois anjos que lhe indagaram sobre aquela atitude, os quais teriam proferido as seguintes palavras:

Varões galileus, por que estais olhando para as alturas? Este Jesus que dentre vós foi assunto ao céu virá do modo como o vistes subir
Atos, 1:11

Diferente da ocasião da dramática morte de Jesus na cruz, Lucas diz que os discípulos não ficaram entristecidos com a aparente separação ocorrida na ascensão, mas retornaram felizes para Jerusalém.

Já nos Evangelhos escritos pelos apóstolos Mateus e João, não há nenhuma descrição sobre a ascensão de Jesus. Em Mateus, por exemplo, o texto termina na segunda parte do seu último verso com a frase de que Jesus permanecerá todos os dias com os seus discípulos até o fim do mundo (Mateus 28:20).

Mesmo depois da ascensão, as obras que compõem o Novo Testamento trazem outros relatos de aparições de Jesus, como ocorre na conversão de Saulo e também na visão de João quando o apóstolo é arrebatado aos céus durante sua prisão em Patmos [92] e recebe a missão de escrever o Apocalipse.[93]

Relíquias de Jesus

Ver artigos principais: Prepúcio SagradoSanto GraalSanto Sudário e Vera Cruz.
Detalhes do Sudário: A esquerda o retrato real, a direita um negativo em preto e branco.

Segundo a tradição católica e ortodoxa, que não foi aceita pelos protestantes, existem muitasrelíquias atribuídas a Jesus. É discutido que algumas dessas relíquias sejam falsificações medievais.[94][95][96]

Na contemporaneidade, a mais conhecida, estudada e discutida[97] relíquia de Jesus é o Sudário(σινδών, sindón, que significa "pano" em grego), atualmente armazenados em Turim e de posse pessoal do Papa. Segundo a tradição, é o pano em que estava envolto o corpo de Jesus no túmulo. O tecido é de linho e mede 442 x 113 cm. Apresenta uma dupla imagem (frente e verso) de um homem com barba, bigode e cabelos compridos, ostentando as marcas no corpo correspondente à descrição da paixão: marcas de flagelação, a coroa de espinhos, mãos e pés perfurados por pregos e a ferida por lança ao lado. O quadro não é uma pintura, mas o resultado de um gradual amarelecimento da fibra têxtil - como se fosse um negativo de um filme fotográfico.[nota 23] Na parte mais profunda das feridas há vestígios de sangue tipo AB.

As outras relíquias atribuídas a Jesus são os supostos restos do corpo de Jesus (incluindo vários traços de sangue, uma costela e os restos da circuncisão de Jesus - o Santo prepúcio) e os objetos com os quais ele entrou em contato, como as lascas da cruz (uma das quais, provavelmente original encontra-se no Obelisco do Vaticano), a coroa com espinhos, a lança que o perfurou, o título que foi pregado à cruz[nota 21] e taça que ele teria usado na última ceia (o Santo Graal).

Pontos de vista sobre Jesus

Método histórico

Estudiosos têm utilizado o método histórico para desenvolver a provável reconstrução da vida de Jesus. Ao longo dos últimos duzentos anos, a imagem de Jesus entre os estudiosos históricos tem vindo a ser muito diferente da imagem de Jesus baseada nos evangelhos.[98] Alguns estudiosos fazem uma distinção entre Jesus reconstruindo através dos métodos históricos e o Jesus entendido através de um ponto de vistateológico[nota 24] ao passo que outros estudiosos sustentam que o Jesus teológico representa uma figura histórica.[4]

As principais fontes de informação sobre a vida de Jesus e seus ensinamentos são os evangelhos, especialmente os evangelhos sinóticos:MateusMarcos e Lucas. Algumas partes dos evangelhos são considerados historicamente confiáveis enquanto que outras partes não o são,[99][100][101][102][103][104] e os elementos cuja autenticidade histórica é disputada incluem os dois relatos sobre o nascimento de Jesus e sobre a ressureição e detalhes sobre a crucificação.[105][106][107][108][109][110]

A maioria dos acadêmicos bíblicos e historiadores aceitam a existência histórica de Jesus. [nota 25] [nota 26][111][112] Um dos proponentes da não-historicidade foi Bruno Bauer no século XIX. Acadêmicos que rejeitam totalmente a historicidade de Jesus baseam-se na falta de evidência arqueológica direta, a falta de menção em documentos antigos sobre Jesus e a similaridade entre o cristianismo primitivo e amitologia e religião contemporânea.[113]

O livro do alsaciano Albert Schweitzer A Busca do Jesus histórico [114] é um esforço pós-iluminista para descrever Jesus usando o método histórico crítico. Desde o final do século XVIII, estudiosos têm analisado os evangelhos e tentado formular a biografia histórica de Jesus. Os esforços contemporâneos tentam melhorar a compreensão do judaísmo do século I, analisando os textos religiosos cristãos e usando os métodos de crítica histórica e sociológica, além da análise literária dos ditos de Jesus.[115]

Ascensão de Jesus numa antiga pinturaturca.[116]

No islamismo

Jesus, conhecido em árabe como Isa ou Isa ibn Maryam ("Jesus, filho de Maria"), é um dos principais Profetas do Islã. De acordo com o Alcorão foi um dos profetas mais amados por Deus e, ao contrário do que se passa no cristianismo, não é um ser divino. Existem notáveis diferenças entre o relato dos Evangelhos e a narração do Alcorão da história de Jesus.

A virgindade de Maria é plenamente reconhecida pelo islã.[117] Jesus teria anunciado várias vezes na Bíblia a chegada de Maomé como o último profeta.[118] A morte de Jesus é tratada como complexa, por não reconhecer explicitamente a sua morte e dizer que antes da morte ele foi substituído por outro, do qual nada é dito, enquanto Jesus ascende ao céu e ludibria os judeus.[119] A morte ignominiosa de Jesus não está coberta, porém, afirma-se o seu regresso no dia do Juízo Final [120] e a descoberta, nesse dia, de que a obra de Jesus era verdadeira[nota 27]

O Alcorão rejeita a trindade, considerada falsa, e se refere a Jesus como "Verbo de Deus", mas não o filho dele. [nota 28][121]

No judaísmo

judaísmo acredita que a idéia de Jesus ser Deus, ou parte de uma trindade, ou um mediador de Deus, é heresia.[122] O judaísmo também sustenta que Jesus não é o messias [123] argumentando que ele não cumpriu as profecias messiânicas da Tanakh nem encarna as qualificações pessoais do Messias. O judaísmo afirma que Jesus não cumpriu as exigências estabelecidas pela Torá para provar que ele era um profeta. E mesmo que Jesus tivesse produzido um sinal que fosse reconhecido pelo judaísmo, afirma-se que nenhum profeta poderia contradizer as leis já mencionadas na Torá, o que os rabinos afirmam que Jesus fez.[124]

Mishneh Torá, escrita por Maimônides (ou Rambam), considerada uma das obras da lei judaica, diz que "Jesus é um "obstáculo" que faz "a maioria do mundo errar para servir a uma divindade além de Deus". De acordo com o judaísmo conservador, os judeus que acreditam que Jesus é o Messias "cruzaram a linha" para fora da comunidade judaica.[125][126] E quanto ao Judaísmo reformista, o movimento progressista moderno, afirmam: "Para nós, da comunidade judaica alguém que afirma que Jesus é seu salvador já não é um judeu e sim umapóstata".[127] [nota 29]

No cristianismo

Ver artigos principais: Cristologia e Jesus Cristo.


A figura de Jesus de Nazaré é o centro da religião conhecida como cristã, embora existam diversas interpretações sobre a sua pessoa. [nota 30]

De um modo geral, para os cristãos, Jesus de Nazaré é o protagonista de um único ato [nota 31] e intransferível, pelo qual o homem adquire a capacidade de deixar a sua natureza decaída e atingir asalvação[nota 32] Tal ato é consumado com a ressurreição de Jesus Cristo.

ressurreição é, portanto, o fato central do cristianismo e constitui sua esperança soteriológica. Como ato, é exclusivo da divindade e indisponível ao homem. De forma mais precisa, aencarnação, a morte e a ressurreição compensam os três obstáculos que separam, segundo a doutrina cristã, Deus do homem: a natureza, [nota 33] o pecado,[nota 34] e a morte[nota 35] PelaEncarnação do Verbo, a natureza divina se faz humana.[128] Pela morte de Cristo, se vence o pecado e por sua ressurreição, a morte.[129]

Historicamente, o núcleo da doutrina cristã foi fixado no Primeiro Concílio de Niceia, em 325, com a formulação do Credo niceno. Este concílio é reconhecido pelas principais denominações cristãs:católicaortodoxa e de várias igrejas protestantes.

O texto do Credo Niceno que se refere a Jesus é o seguinte:

Cremos em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigênito de Deus, gerado do Pai desde toda a eternidade, Deus de Deus, Luz da Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não criado, consubstancial ao Pai; por Ele todas as coisas foram feitas. Por nós e para nossa salvação, desceu dos céus; encarnou por obra do Espírito Santo, no seio da Virgem Maria, e fez-se verdadeiro homem. Por nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos; sofreu a morte e foi sepultado. Ressuscitou ao terceiro dia, conforme as Escrituras; subiu aos céus, e está sentado à direita do Pai. De novo há de vir em glória, para julgar os vivos e os mortos; e o seu reino não terá fim.[130]

Existem, no entanto, igrejas não trinitárias, ou unicistas que não reconhecem a existência de uma trindade de pessoas em Deus. [nota 36]

Jesus Cristo de Nazaré é também considerado a encarnação e Filho de Deus, segunda pessoa da Santíssima Trindade cristã. É Filho por Natureza, e não por adoção, o que significa que sua Divindade absoluta e sua humanidade absoluta são inseparáveis. [nota 37] A relação entre a natureza divina e humana foi fixada no Concílio de Calcedónia, nestes termos:

Fiéis aos santos Pais, todos nós, perfeitamente unânimes, ensinamos que se deve confessar um só e mesmo Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, perfeito quanto à divindade, e perfeito quanto à humanidade; verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem, constando de alma racional e de corpo, consubstancial com o Pai, segundo a divindade, e consubstancial a nós, segundo a humanidade; em tudo semelhante a nós, excetuando o pecado; gerado segundo a divindade pelo Pai antes de todos os séculos, e nestes últimos dias, segundo a humanidade, por nós e para nossa salvação, nascido da Virgem Maria, mãe de Deus; um e só mesmo Cristo, Filho, Senhor, Unigênito, que se deve confessar, em duas naturezas, inconfundíveis, imutáveis, indivisíveis, inseparáveis; a distinção de naturezas de modo algum é anulada pela união, antes é preservada a propriedade de cada natureza, concorrendo para formar uma só pessoa e em uma subsistência; não separado nem dividido em duas pessoas, mas um só e o mesmo Filho, o Unigênito, Verbo de Deus, o Senhor Jesus Cristo, conforme os profetas desde o princípio acerca dele testemunharam, e o mesmo Senhor Jesus nos ensinou, e o Credo dos santos Pais nos transmitiu.[131]

Denominações cristãs com discrepâncias doutrinárias

Ver artigos principais: Disputas cristológicasHeresia.

Existem algumas minorias cristãs que não partilham das definições do Concílio de Nicea, do Concílio de Éfeso e do Concílio de Calcedónia.

  • Monofisismo é a variante de uma unificação das duas doutrinas sobre a natureza de Jesus de Nazaré. Afirma que em Cristo existe uma só natureza: a divina. Ele foi promovido pelo Eutiques e rejeitado no Concílio de Calcedónia.

Novos movimentos religiosos de origem cristã ou supostamente cristã

Vários movimentos religiosos dito cristãos, geralmente protestantes, surgidos a partir da segunda metade do século XIX, se afastaram das crenças da maioria das denominações cristãs no que concerne à trindade divina, a natureza de Cristo e a sua missão. Discute-se se esses movimentos podem ser considerados como cristãos.

  • As Testemunhas de Jeová consideram Jesus como "filho unigênito", o único a ser criado diretamente por Deus, bem como "oprimogênito de toda a criação", e também como "o primogênito dentre os mortos", ou seja, o primeiro a ser criado e o primeiro a ser ressuscitado dentre os mortos para a imortalidade. Ele não é um homem nem o Deus onipotente, mas "uma poderosa criatura espiritual" e um "rei entronizado, cujo sangue derramado abre o caminho para a humanidade obter a vida eterna".[134] Além disto, Jesus não faz parte de uma trindade pois não é Deus, mas sim deus, ou seja, um deus submisso a um outro Deus, o qual é Jeová; Negam a Divindade absoluta de Cristo e Sua igualdade com o Pai.[135]

As Testemunhas de Jeová afirmam que Jesus não morreu numa cruz com uma reta vertical e uma horizontal,[136] mas numa estaca de tortura, com apenas uma reta vertical. Outra característica importante é que Jesus não ressuscitou no mesmo corpo que morreu e se tornou rei do céu em 1914 e que desde então vivemos no período da Segunda vinda de Cristo. O arcanjo Miguel é considerado o próprio Jesus Cristo na sua posição celestial.

Outros movimentos se afastam muito das crenças cristãs, como alguns que negam terminantemente a divindade de Jesus e a sua missão de salvação. [nota 38]

Jesus na ficção e na arte

Na arte

Cristo Pantocrator, mosaico. Catedral de Cefalù.

Num primeiro momento, a arte do cristianismo evitou representar Jesus em forma humana, preferindo invocar sua figura através de símbolos, tais como o monograma formado pelas letras gregas Χ y Ρ, iniciais do nome grego Χριστός (Cristo), a união as vezes de Α y Ω, primeira e última letras, respectivamente, do alfabeto grego, para indicar que Cristo é o princípio e o fim; o símbolo do peixe em grego (ΙΧΘΥΣ, «ikhtus», acróstico de Ἰησοῦς Χριστός, Θεοῦ Υἱός, Σωτήρ (Iesous Khristos Theos uios Soter; "Jesus Cristo Filho de Deus Salvador"). Ele também já foi representado como um cordeiro(o Cordeiro de Deus); e também em símbolos antropomórficos, como o Bom Pastor.

Mais tarde apareceram representações de Cristo, primeiro representado como um jovem, muitas vezes com o rosto de Alexandre Magno, sem barba e sem cabelos longos [137]. A partir do século IVfoi representado quase exclusivamente com barba. Na arte bizantina se tornou habitual uma série de representações de Jesus. Algumas das quais com a imagem do Pantocrator, que tiveram um grande sucesso na Europa medieval.

Na literatura

Desde finais do século XIX, inúmeros autores de obras literários têm dado sua interpretação pessoal da vida de Jesus. Entre as obras mais destacadas que trataram do tema podemos citar:

O mistério da vida de Jesus também é tema de algumas obras da literatura comercial, às vezes em gêneros como a ficção ou o romance de mistério.

No cinema

A vida de Jesus de acordo com os relatos do Novo Testamento e normalmente sob um ponto de vista cristão, tem sido frequente. De fato, Jesus de Nazaré é um dos personagens mais interpretados no cinema. O primeiro filme sobre a vida de Jesus foi La vie et la passion de Jésus-Christ de Georges Hatot y Louis Lumière.[138] No cinema mudo, o filme que mais se destacou foi O Rei dos Reis (1927) de Cecil B. DeMille.

O tema foi abordado em diversas ocasiões, e de diversos pontos de vista: Desde a grandiosa produção de Hollywood O Rei dos Reis(Nicholas Ray1961) até as visões mais austeras de cineastas como Pier Paolo Pasolini (Il vangelo secondo Matteo1964). Também deram sua interpretação pessoal à figura de Jesus autores como Buñuel (Nazarín, 1958), y Dreyer (Ordet, 1954).

Alguns dos filmes mais recentes sobre a vida de Jesus não estão isentos de polêmicas. É o caso de A Última Tentação de Cristo (1988), deMartin Scorsese, baseado no romance homônimo de Nikos Kazantzakis, muito criticado por sua interpretação pouco ortodoxa de Jesus. O filme de Mel GibsonA Paixão de Cristo (2004) recebeu a aprovação de vários setores do Cristianismo, mas foi considerado anti-semita por alguns membros da comunidade judaica.[139][140]

personagem Jesus tem sido tratado no cinema de vários ângulos. [nota 39] Não faltam, por exemplo, interpretações satíricas da figura do criador do cristianismo, como A Vida de Brian (Terry Jones, 1979). Musicais, como o célebre Jesus Cristo Superstar (Norman Jewison, 1973), e também filmes de animação, como The Miracle Maker (Derek W. Hayes y Stanislav Sokolov, 2000).

No teatro

A vida de Jesus também tem sido levada aos palcos da Broadway e a outras partes do mundo através dos musicais. Entre as representações líricas da vida e da obra de Jesus pode-se destacar o popular musical Jesus Cristo Superstar, uma ópera rock com músicas de Andrew Lloyd Webber e arranjos de Tim Rice, representada pela primeira vez em 1970, e que posteriormente viria a se espalhar pelo resto do planeta.[141] Também se destaca a peça de teatro Godspell, com música de Stephen Schartz e arranjos de John-Michael Tebelak, que foi encenada pela primeira vez também em 1970.[142] No teatro do Brasil, destaca-se Auto da Compadecida, peça de Ariano Suassunaescrita em 1955 e publicada em 1957, que retrata um jesus negro.

Notas

  1.  Segundo os evangelhos de Lucas e Mateus. Contudo alguns estudiosos afirmam que ele possa ter nascido em Nazaré.
  2.  De acordo com o Novo Testamento, ele ressuscitou no terceiro dia após sua morte.
  3. ↑ a b O nome Jesus é a versão portuguesa da forma grega Ίησους, transliterado Iēsous que por sua vez é a tradução do nome hebraicoYeshua, que por ser filho de Maria e de José, o carpinteiro, em Belém, é reconhecido oficialmente na genealogia da Casa Real de Davidcomo Yeshua ben Yoseph, ou seja, "Jesus, filho de José".
  4.  Jesus também é conhecido como Jesus de NazaréJesus Nazareno ou Jesus da Galiléia, os cristãos o chamam de Jesus Cristo e os muçulmanos o conhecem por Isa.
  5.  Há muitas controvérsias sobre a datação do papiro 7Q5 encontrado em Qumran, que remontaria a 50 d.C.: Segundo alguns estudiosos, ele contém Marcos 6:52-53, mas a necessidade de justificar as muitas incoerências com o texto tradicional extraído dos outros papiros lhe tirou o título que, se confirmado, iria se aproximar da suposta data de composição do Evangelho segundo Marcos.
  6.  A datação do primeiro século é proposta pela maioria dos estudiosos cristãos. Veja, por exemplo, a datação da Traduction Oecuménique de la Bible (1975-1976): Mateus teria sido escrito por volta de 80-90 d.C. (p. 2175), Marcos por volta de 65-70 (p. 2261), Lucas entre 80-90 (p. 2317) e João dataria do fim do século I (p. 2414).
  7.  Citação: Luigi Moraldi escreveu: «O valor histórico direto [dos apócrifos com relação à Jesus e a origem da Igreja] é, geralmente, muito tênue, e na maioria das vezes nulo.»
  8.  Citação: Luigi Moraldi escreveu: «[Os apócrifos nos permitem] um contato direto com os sentimentos, estados de espírito, reações, ansiedades e ideais de muitos cristãos do Oriente e Ocidente. Isto revela tendências, padrões morais e religiosos de muitas igrejas, ou pelo menos de grande parte delas, complementando informações, e, por vezes, adaptando a forma como vemos tais comunidades.»
  9.  Veja também o artigo Gnosticismo.
  10.  Nos relatos de Toledot Yeshu, elementos dos Evangelhos sobre Jesus são conflitados com descrições dos indivíduos chamados pelo nome de "Yeshu" no Talmud. Tais narrativas explicam a designação Yeshu como um acrônimo da frase hebraica ימח שמו וזכרו - Yemach Shemô Vezichrô - Seja apagado seu nome e sua memória.
  11.  À época, a Palestina estava sob dominação do Império Romano.
  12.  Veja também o artigo Jesus Cristo.
  13.  Seus relatos estão no livro Testimonium Flavianum, que é considerado pelos cristãos como uma fonte que comprova a existência histórica de Jesus
  14.  Por exemplo: A Parábola do Joio, A Parábola do Empregado Mau, A Parábola dos Trabalhadores da Vinha e A Parábola das Dez Virgens.
  15.  Por exemplo: a ressureição do filho da viúva de Naim, A Parábola do Bom Samaritano, A Parábola do filho Prodigo, A Parábola do rico e de Lázaro, A Parábola do Fariseu e do Publicano.
  16.  Por exemplo: a cura de um cego de nascença, o Bom Pastor, a ressurreição de Lázaro.
  17.  com a perícope dos Discípulos no caminho de Emaús.
  18.  Cumprindo assim a profecia de Zacarias que diz: "Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém: eis aí te vem o teu Rei, justo e salvador, humilde, montado em jumento, num jumentinho, cria de jumenta.Zacarias 9:9
  19.  O relato de João traz variantes significativas: Não se cita o Getsêmani como o lugar da prisão, e sim um horto do outro lado do ribeiro de Cedrom. A detenção de Jesus é feita por uma corte romana e Jesus não é denunciado por Judas, ele mesmo se entrega
  20.  Em aramaico Gólgota significa "Lugar das caveiras".
  21. ↑ a b Esta seria a inscrição que Pilatos teria mandando pregar à cruz de cristo. Ela foi escrita em três línguas: em grego (ιησους ο ναζωραιος ο βασιλευς των ιουδαιων), em latim (IESVS•NAZARENVS•REX•IVDÆORVM) e em hebraico: (ישוע הנצרי ומלך היהודים) e a sua tradução seria: Jesus de Nazaré, Rei dos Judeus.
  22.  João não menciona Simão Cireneu e afirma que Jesus foi crucificado entre duas pessoas mas não diz se são ladrões.
  23.  Alguns têm falado do Sudário como uma foto Polaroid da ressurreição.
  24.  O Jesus teológico pode ser entendido como a figura de Jesus segundo a .
  25.  Citação: Robert E. Van Voorst escreveu: «A tese da não-historicidade tem sido controversa e até hoje não conseguiu convencer muitos estudiosos das disciplinas e credos religiosos. Os acadêmicos bíblicos e os historiadores clássicos agora a consideram efetivamente refutada.»
  26.  Citação: Walter P. Weaver escreveu: «A negação da historicidade de Jesus nunca chegou a convencer um grande número de pessoas, nem na primeira parte do século.»
  27.  Ou seja, que ele teria sido realmente enviado por Deus
  28.  A Trindade cria um problema para Maomé: o politeísmo contra o qual ele tanto lutou. Aceitar que um Deus pode ser um e três ao mesmo tempo é um problema desde o início (a única doutrina da trindade que Maomé conheceu foi a dos coliridianos). No entanto, as suas posições são parecidas com a do próprio Concílio de Latrão, que visa corrigir a crença de que Jesus é o Filho de Deus em um sentido humano. Então, há quem veja semelhanças, mas ainda assim há diferenças. Eles estão incrédulos, dizem que Deus é o terceiro de uma tríade. Não há mais divindade, apenas um só Deus. … O Messias, filho de Maria, não é nada mais do que um mensageiro. (Sura Al-Ma'ida, ayat 77 à 79)
  29.  Um personagem chamado Yeishu (Jeshu ou em hebraicoיש"ו) é mencionado nos antigos textos rabínicos, incluindo o Talmud babilônico, elaborado no início do século VII, e da literatura Midrash, elaborada entre os séculos III e VIII. O nome é semelhante mas não idêntico à Yeshua, que é considerado por muitos autores com o nome original de Jesus em aramaico. Além disso, em vários manuscritosdo Talmud babilônico aparece com o apelido "ha-Notztri", que pode significar "o Nazareno." Por este motivo, e por certas semelhanças entre a história de Jesus contada pelos cristãos e os Evangelhos de Yeishu citado no Talmud, alguns autores têm identificado os dois personagens. No entanto, existem divergências sobre este ponto. Nos textos rabínicos, Yeishu é caracterizado por um ponto de vista negativo: ele aparece como um malandro que incentiva os judeus a apostatar de sua religião.
  30.  Levando em conta que o cristianismo está muito longe de ter uma unidade de crenças e dogmas, para falar de Jesus no Cristianismo, teríamos de descrever os vários entendimentos da pessoa de Jesus pelos diferentes ramos do cristianismo, também chamados dedenominações cristãs. Embora todas estas idéias sejam perfeitamente aceitáveis como pressupostos de fé, expor a todas elas em pé de igualdade levaria a um certo relativismo que não levaria em conta que algumas crenças são majoritárias e outras particulares, que algumas foram abandonadas depois de muito estudo e reflexão e outras foram consideradas heresias desde o início.
  31.  A ressurreição de Jesus Cristo de Nazaré é um dos únicos fatos que distingue o cristianismo das outras religiões gregas. Se, para essas últimas, o tempo é uma inteligência circular e repetitiva, que se sucede por meio do eterno retorno, o cristianismo assume desde o início um conceito linear de tempo em que a ressurreição é um marco histórico único sobre a história passada e futura. Veja também o livro de Henry Puech, El tiempo en el cristianismo
  32.  Em contraste com os conceitos científicos que consideram o homem como o pináculo da evolução natural, a teologia cristã acredita que o homem é espiritualmente caído.
  33.  A natureza de Deus (incriada) e da natureza do homem (criatura) estão separadas pelo abismo ontológico da criação ex nihilo
  34.  A necessidade do pecado é natural à natureza decaída do ser humano
  35.  Entendida sobretudo no sentido ontológico (deixar de ser).
  36.  Veja os artigos Deus no cristianismo e Unitarianismo.
  37.  Veja o artigo União hipostática.
  38.  São bastante singulares, como por exemplo, as crenças sobre Jesus Cristo da Igreja da Unificação, que afirma que Jesus não é Deus, mas simplesmente um homem "Refletindo Deus", nascido de uma relação adúltera entre Maria e Zacarias, e que falhou em sua missão de salvação: para eles, a crucificação de Jesus testemunha o fracasso do cristianismo.
  39.  Veja também o anexo Lista de atores que interpretaram Jesus Cristo no cinema e na televisão

Referências

  1. ↑ a b c d A maioria dos historiadores e eruditos bíblicos definem as datas de nascimento e morte de Jesus nesse período. Entre eles: D. A. Carson,Douglas J. Moo e Leon MorrisAn Introduction to the New Testament.Grand Rapids, MI: Zondervan Publishing House, 1992, 54, 56
  2.  Michael Grant, Jesus: An Historian's Review of the Gospels, Scribner's, 1977, p. 71; John P. Meier, A Marginal Jew, Doubleday, 1991–, vol. 1:214; E. P. Sanders, The Historical Figure of Jesus, Penguin Books, 1993, pp. 10–11, e Ben Witherington III, "Primary Sources,"Christian History 17 (1998) No. 3:12–20.
  3.  Cronologia da Vida de Jesus Cristo(em inglês) Catholic Encyclopedia. Página visitada em 14 de outubro de 2008.
  4. ↑ a b c Ratzinger, JosephJesus de Nazaré (em português). 1º Edição ed. [S.l.]: Planeta do Brasil, 2007. 312 p.ISBN 978-85-7665-278-6
  5.  A visão Islâmica sobre Jesus (em português) Sociedade beneficente Muçulmana do Rio de Janeiro. Página visitada em 14 de outubro de 2008.
  6.  Carlos Brazil. Jesus é profeta para muçulmanos (em português)Universia Brasil. Página visitada em 14 de outubro de 2008.
  7.  John T. Pawlikowski. Vistas Modernas Judaicas de Jesus (em português)Relacionamentos Judaicos-Cristãos. Página visitada em 14 de outubro de 2008.
  8.  Sergio Feldman. Judaísmo e cristianismo: reflexões históricas (em português) Visão Judaica. Página visitada em 14 de outubro de 2008.
  9.  Traduction Oecuménique de la Bible, pp. 2919-2920.
  10.  Alfred Loisy. Le origini del Cristianesimo (em italiano). [S.l.: s.n.], 1964.. Ambrose Domini também assume uma data entre 70 d.C e meados do segundo século.
  11.  Luigi Moraldi. Apocrifi del Nuovo Testamento (em italiano). [S.l.]: Piemme, 1984.
  12.  Luigi Moraldi. I Vangeli Gnostici (em italiano). [S.l.]: Adelphi, 1991.
  13.  Geno Pampaloni, La fatica della storia
  14.  Entre estes Emil Schürer (The History of the Jewish People in the Age of Jesus Christ (175 B.C.- A.D. 135), 4 voll., Edimburgo, T. & T. Clark, 1973-87) e Henry Chadwick (The Early Church, Londra, Penguin, 1993²
  15.  Ezequias Soares (8 de novembro de 2007). A questão sobre o nome de Jesus (em português) CACP. Página visitada em 16 de outubro de 2008.
  16. ↑ a b Definição de Messias (em português) ExtremeHost. Página visitada em 16 de outubro de 2008.
  17.  Pedro Mendes. Significado e etimologia do termo Cristo (em português) Público.pt. Página visitada em 16 de outubro de 2008.
  18.  Análise dos símbolos religiosos(em português) Compreender - Revista Cristã de Reflexão. Página visitada em18 de Outubro de 2008.
  19.  Veja Lucas 1:26-38.
  20.  Veja João 6:15 e João 18:36.
  21.  Mateus 19:16-17Mateus 26:18João 20:16 e Marcos 5:35
  22.  Mateus 13:57João 4:19 e João 7:40
  23.  Hebreus 8:4 e Hebreus 10:21
  24.  Mateus 26:71Marcos 16:6Atos 2:22Atos 22:8
  25.  Veja João 20:28
  26.  João 1:1-4I João 1:1 e Apocalipse 19:13.
  27.  Veja João 1:45
  28.  Veja Mateus 1:23
  29.  Algumas referências são: João 1:29,João 3:19João 10:11João 6:35João 10:7João 14:6 e João 18:37
  30.  Angelico, Poppi. Sinossi quadriforme dei quattro vangeli (em italiano). [S.l.]: EMP, 1992. 576 p. ISBN 978-88-250-1781-6
  31.  A mais antiga referência sobre a ressurreição e as aparições de Jesus é1 Coríntios 15:3-8, já que a Primeira Epístola aos Coríntios é datada como tendo sido escrita em 56 d.C
  32.  Mateus 1:1–17
  33.  Lucas 3:23–38
  34.  Joseph A. Fitzmyer, The Gospel According to Luke I–IX. Anchor Bible. Garden City: Doubleday, 1981, pp. 499–500; I. Howard Marshall, The Gospel of Luke (The New International Greek Testament Commentary). Grand Rapids: Eerdmans, 1978, p. 158;
  35.  Ben Witherington, "Birth of Jesus" inDictionary of Jesus and the Gospels. Ed. Joel B. Green, Scot McKnight, I. Howard Marshall, page 65
  36.  Bienert, Wolfgang E.. [9780664227210 New Testament Apocrypha: Gospels and Related Writings]. [S.l.]: Wilhelm Schneemelcher, Robert McLachlan Wilson, 2003.
  37.  Para analisar as diferenças entre as genealogias de Marcos e Mateus, veja Darrell L. Bock, Lucas. Grand Rapids: Baker, 1994. páginas 918-923.
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  45.  Lucas 2:46-47
  46.  Em Mateus: Mateus 3:13-17, em Marcos: Marcos 1:9-13 e em LucasLucas 3:20-23
  47.  Mateus 4:1–2Marcos 1:12 e Marcos 1:12
  48.  As citações são: Deuteronômio 6:13,Deuteronômio 6:16 e Deuteronômio 8:3
  49.  Mateus 4:1–11Marcos 1:12–13 eLucas 4:1–113
  50.  Compêndio do Catecismo da Igreja Católica (CCIC), n. 85
  51.  Marcos 10:45Lucas 4:43 e João 20:31.
  52.  João 11:1–44Mateus 9:25 e Lucas 7:15
  53.  John P. Meier. Um Judeu Marginal: Repensando Jesus Histórico (em português). 3º ed. [S.l.]: Imago, 1992. 483 p. ISBN 85-312-0283-3
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  55.  William Adler & Paul Tuffin, "The Chronography of George Synkellos: A Byzantine Chronicle of Universal History from the Creation," Oxford University Press (2002), p. 466
  56.  Marcos 7:24Mateus 15:21 e Lucas 4:26
  57.  A Mulher Cananéia. www.4c.com.br. Página visitada em 22 de Dezembro de2009.
  58.  Catecismo da Igreja Católica, n. 1427 e n. 545
  59.  Mateus 6:9-13
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  65.  Mateus 17:1-9
  66.  Transfiguração de Jesus no Monte Tabor - por Página Oriente
  67.  Mateus 21:1-11Marcos 11:1-11,Lucas 19:28-40 e João 12:12-19.
  68.  Mateus 26:26-29Marcos 14:22-25 eLucas 22:19-20. Para os cristãos, tal gesto deu origem à tradição da eucaristia
  69.  Mateus 26:14-16Marcos 11:10-11 eLucas 22:3-6
  70.  Mateus 26:47-56Marcos 14:43-52,Lucas 22:47-53 e João 18:2-12.
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  88.  Mateus 27:32-44Marcos 15:21-32,Lucas 23:26-43João 19:16-24.
  89.  (Mateus 28:12-15
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  97.  De acordo com muitos, o Sudário é provavelmente o mais estudado do mundo. Ver, por exemplo, "Sudário de Turim', da Enciclopédia da CICAP.
  98.  Borg, Marcus J. e N. T. Wright, The Meaning of Jesus: Two visions. New York: HarperCollins. 2007.
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  104.  Grant, Robert M., "A Historical Introduction to the New Testament" (Harper and Row, 1963)http://www.religion-online.org/showchapter.asp?title=1116&C=1230
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  109.  Funk, Robert W. and the Jesus SeminarThe acts of Jesus: the search for the authentic deeds of Jesus.HarperSanFrancisco. 1998. "Empty Tomb, Appearances & Ascension" p. 449-495.
  110.  Bruce M. Metzger's Textual Commentary on the Greek New TestamentLuke 24:51 is missing in some important early witnesses, Acts 1varies between the Alexandrian andWestern versions.
  111.  Robert E. Van Voorst, Jesus Outside the New Testament: An Introduction to the Ancient Evidence Grand Rapids, MI: Eerdmans, 2000, p. 16.
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